sexta-feira, 13 de julho de 2007

Força Instintiva Feminina

Tudo é possível enquanto tivermos instinto

É muito instigante, e na maioria das vezes incompreensível a “aparente” rotina da nossa vida que imaginatoriamente parece ser imutável. O cotidiano feminino é demarcado por ações que não as aceitamos ou não damos o real valor.

Esta confusão do real e do imaginário, isto é, do que gostaríamos que fosse, se transforma em situações quase intoleráveis, para as quais buscamos de qualquer maneira uma saída que poderíamos chamar de fuga, esquecimento, rejeição.

A mulher é presenteada com este confronto a cada momento de sua vida, resultando situações de conflito ou de percepção.

Afinal, o que é percepção feminina? O que modifica em seu cotidiano este “insight”, esta profusão de sentimentos que incessantemente seu coração tem que agüentar? O porquê de tantas possibilidades que parecem ser impossíveis de vivenciá-las, ou melhor, de aproveitá-las sem nos torturarmos com o “não dar certo”, o voltar atrás; ou modificar a visão do que a sua ação traz o resultado esperado ou não.

A diferença que se estabelece entre o conhecimento e o reconhecimento duma situação confrontada é que vai construindo a memória de nossas vivências cotidianas. Estas vivências é que vão paulatinamente formando a nossa memória.

Como estou hoje? Como dormi? Como reagi a tal situação? Porque não consegui fazer uma comida normal? Porque esqueci algo importante? Onde estava meu pensamento quando me foi solicitado uma resposta a um estímulo? Porque meu casamento acabou? Porque alguém adoeceu tão próximo de mim e eu não percebi?

Esta multiplicidade de situações que nos bombardeiam se transforma numa guerra de vida e morte a cada minuto; por sua vez as possibilidades de correção se apresentam em número muito maior, mas não as identificamos.

Com isto vamos criando estruturas, camadas emocionais que nos achatam psicologicamente, transformando nossa personalidade em algo irreconhecível; tirando-nos a possibilidade de experimentar o outro lado da nossa história do dia a dia.

A convivência, o diálogo, o procurar estar no lugar do outro refletem este estado latente que não temos condição de reconhecer, o qual não se expressa tão claramente quando estamos sós.

Temos uma bússola cujo ponteiro magnético aponta, sinaliza, demonstra para que lado se inclinam nossas emoções, nossa condição psicossomática.

Como identificá-la? Como escutá-la, como aproveitá-la, como nos habilitaremos para usá-la, como fazer para corrigir, acertar a rota que está constantemente mudando?

Temos que mexer com velhos hábitos que trazemos do meio familiar e os que vamos adquirindo ao longo da nossa vida; temos que vencer “muros imaginários” que traduzimos quando usamos expressões como “não se deve mexer no que não podemos consertar”; “é assim mesmo”. E são atitudes cômodas, aparentemente conciliatórias com o sistema complexo e único que é cada uma.

O exercício do movimento sentimental em que o coração é seu regente mestre consegue, aceita, suporta, responde àquilo que queremos ser; ele vai corrigindo, flexibilizando, esclarecendo as possibilidades, mostrando os resultados das transformações conscientes que tomamos.

Nada é impossível enquanto estamos vivos, nada é possível se estivermos mortos.

O registro do cotidiano vai se transformando na capacidade que temos que, por sua vez, vai se transformando na memória , na focalização, no eixo dinâmico resultando numa força que todas temos chamada instinto.

Quando, na vida prática, imperfeita, incorreta, insensível se apresentam problemas quase impossíveis, ela, rapidamente, esclarece qual foi a origem de tal situação, colocando-nos novamente na normalidade; para se reequilibrar outra vez e assim vai, sucessivamente, equilibrando, desequilibrando e reequilibrando.

Vamos exercitar este novo estilo de vida chamado força instintiva feminina. Acho que vale a pena.

Terezinha S. Torres

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