sexta-feira, 13 de julho de 2007

Darwin, um exemplo de observador da natureza

Mulher, uma natureza que precisa ser reobservada

A vida tem uma história contemporânea concomitante com tudo que a cerca.

A observação é a principal alavanca para que consigamos compreender ou não a evolução de tudo que participamos.

A capacidade destes binóculos (os olhos) somados ao entendimento básico das coisas nos descortina um mundo de mistérios deslumbrantes.

Darwin decodificou a mensagem, a intimidade de todos os reinos que compõem a vida; sem machucá-la, sem rasgá-la, muito menos sem tentar ser o seu dono, isto é, com espírito de religação.

Porém, a sua natureza humana, mais complexa, que estava com ele o tempo todo, talvez pelo ímpeto da juventude ou pela alegria do descobrimento de algo que o instigava, não fez essa observação interior, visto que, pelas viagens desconfortáveis, climas insalubres, alimentação muito longe de suas origens, passou o resto de sua vida com problemas graves de saúde.

O porquê desta comparação de Darwin com a natureza feminina (a mulher).

A educação, ou melhor, a auto-educação passa por um treinamento básico de observar, acompanhar, reconhecer, readaptar as condições para que “este campo de observação” alcance o seu ponto de evolução.

O homem é o observador, a lupa, o caderno de anotações do mundo oculto, silencioso, complexo que é a mulher.

O grande impasse que resultou nessa “catástrofe ecológica feminina” foi este “mecanismo de relacionamento” não ter sido treinado, e fazer parte “dum código de postura civil, cujo mandamento primeiro seria “Observai-vos uns aos outros”.

Nas antigas civilizações, para uma moça ser a preferida dum grande rei, ou nobre, ela passava por um processo de observação minucioso, se sua pele tinha manchas, como estavam seus dentes, sua condição fisiológica interna, porque ela seria a mãe dum filho de alguém que era considerado divino.

O novo estilo de vida “moderno” nos desviou a atenção uns dos outros; a televisão vista à exaustão, a Internet, “as bandas largas” de última geração dão-nos respostas imediatas, superficiais, que vão “atrofiando” nosso mais importante “foco de interesse”, para um amontoado de informações que muito pouco acrescentam ao relacionamento e, pelo contrário, são uma poderosa “arma de isolamento”.

Por que chegamos neste nível? O que podemos fazer para reverter, o mínimo, esta curva descendente na qual estamos caindo vertiginosamente? Tudo tem uma causa em que os fatos, que vimos, sentimos, constatamos não dão para negar. Não é negativismo; ou uma aposta no irreversível.

É um longo caminho, são muitas “viagens internas” desconfortáveis; mas se soubermos “focalizar” a nossa lupa, muito pode ser descoberto, muito pode ser recuperado.

Terezinha S. Torres

Nota: Este artigo foi inspirado na exposição “Darwin, descubra o homem e a teoria revolucionária que mudou o mundo”, no Masp.

Nenhum comentário: